São Paulo, domingo, 25 de junho de 2000


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SEGURANÇA
Segundo pesquisa, 13% mencionam o tema como o principal problema do país, contra 8% em dezembro
Violência já é 2ª preocupação do brasileiro

DA REDAÇÃO

Entre os principais problemas do país, o crescimento da violência divide com a saúde o segundo lugar no ranking, de acordo com a pesquisa realizada pelo Datafolha. O desemprego, segundo 48% dos entrevistados, ainda é o maior drama vivido pelos brasileiros.
Em dezembro do ano passado, a preocupação com questões de segurança foi citada por 8% dos pesquisados. Agora, 13% mencionaram o tema (um crescimento de 62,5%). O problema incomoda mais os moradores dos Estados da região Sudeste (15%).
Em 1996, no primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, a violência estava na rabeira do ranking e só incomodava 2% dos brasileiros ouvidos pela pesquisa.
O Plano Nacional de Segurança Pública do governo federal busca a redução da criminalidade por meio de investimento no aparato policial dos Estados.
Só neste ano serão R$ 330 milhões para reaparelhar as forças de segurança. Em 2001 e 2002, os cofres do Planalto prometem liberar mais R$ 1 bilhão. Ao todo, a proposta de FHC é aplicar R$ 3 bilhões até os próximos dois anos para conter a onda de crimes.
Os entrevistados pelo Datafolha discordam frontalmente dessa política. Para 58% deles, o Palácio do Planalto deveria estabelecer como prioridade para combater a violência a aplicação de mais recursos em projetos sociais, como corte do desemprego e melhorias no setor educacional.
O lançamento do plano de segurança também não foi capaz de convencer as pessoas da disposição do governo de dar um basta ao avanço da criminalidade -43% acham que FHC não está empenhado na resolução do problema e 39% consideram que o presidente está só um pouco disposto a isso. Vale lembrar que parte das medidas anunciadas constavam do programa eleitoral que elegeu e reelegeu o presidente e nunca foram postas em prática.
Alguns setores da sociedade brasileira defendem a instituição da pena de morte como forma de combater a violência. A população brasileira, segundo a pesquisa, está dividida diante disso.
Se houvesse consulta popular sobre o assunto, 48% votariam a favor da adoção desse castigo e 47% se posicionariam contra.
A maior concentração de defensores da pena de morte está no Norte e no Centro-Oeste (55%). A maior oposição está no Sudeste (50%). Os homens (53%) são mais favoráveis à medida do que as mulheres (44%).
Em pesquisa realizada em fevereiro de 1993, a taxa dos que gostariam da aplicação dessa penalidade a criminosos era de 55%. Os contrários correspondiam a 38%.


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